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27 de Fevereiro de 2024

Hipossexualização e hipersexualização ao longo da vida dos sobreviventes

A hipersexualização e a hipossexualização são duas consequências comuns em homens sobreviventes de violência sexual. É importante referir que estas consequências não são estáticas e que ao longo da vida do sobrevivente podem surgir e oscilar entre si.

Alguns sobreviventes identificam comportamentos de evitamento manifestados na hipossexualização, como uma constante nas suas vidas. Outros partilham que desde muito cedo sentem que os comportamentos hipersexualizados estão presentes. Existem ainda sobreviventes que identificam ambas as consequências em diferentes períodos e fases das suas vidas.

Em alguns casos uma pode surgir enquanto consequência da outra. Por exemplo, um sobrevivente que apresenta hipersexualização durante grande parte da sua vida e que, após ter sido confrontado com gatilhos do abuso ou ter vivenciado uma nova situação de violência sexual, passa a adotar comportamentos hipossexualizados, evitando qualquer intimidade.

Do mesmo modo, devido ao abuso, um sobrevivente pode apresentar comportamentos de hipossexualização pois sente a sexualidade como insegura, tem medo de ser ser invadido por memórias, sensações e emoções associadas ao trauma que viveu ou de não ser capaz de estar à altura do que é esperado de si. Assim, pode optar, por exemplo, por adiar o início da sua vida sexual ou por não viver a sua sexualidade durante um determinado período de tempo. Após um período de hipossexualização, o sobrevivente pode encontrar nos comportamentos sexualizados uma forma de se sentir valorizado, de sentir sensações intensas e prazerosas e de escapar a emoções negativas, podendo desenvolver uma hipersexualização.

Se se identifica com algum destes comportamentos e sente que estes estão a impactar negativamente a sua vida contacte-nos através da Linha de Apoio 910 846 589 ou do email apoio@quebrarosilencio.pt. Estamos disponíveis para si.