Partilhar com alguém a sua história de abuso pode ser um passo extremamente difícil, pelo que inicialmente alguns sobreviventes procuram recolher informações acerca do que lhes aconteceu, através de pesquisas online, leitura de livros ou de testemunhos de outros homens sobreviventes.
Apesar de permanecer em silêncio, esta busca pode ajudar o sobrevivente a sentir-se mais seguro para mais tarde partilhar o abuso com um familiar, amigo ou para contactar um profissional.
Quando a receção desta partilha é uma experiência positiva, o sobrevivente poderá sentir-se apoiado e encorajado a procurar apoio especializado. Por outro lado, reações negativas de desvalorização, culpabilização ou falta de empatia, podem gerar sentimentos de vergonha e culpa.
Perante isto, o sobrevivente pode sentir que a sua história não é suficientemente grave ou que foi de algum modo responsável pelo que aconteceu, acreditando, por isso, que não merece ser ajudado. Esta experiência pode levar o sobrevivente a fechar-se novamente, por vezes, durante décadas.
Depois de uma experiência destas, a decisão de pedir apoio e partilhar novamente o abuso com um profissional pode tratar-se de um cenário impensável. A hipótese de se sentir, uma vez mais, vulnerável e exposto pode parecer insuportável. No entanto, sabemos que o processo de recuperação é possível e o pedido de apoio pode ser um ponto de viragem na superação do trauma e retomar o controlo da sua vida.
Se partilhou a sua história com alguém e passou por uma experiência de partilha menos positiva não desista de pedir apoio. A Quebrar o Silêncio está disponível para recebê-lo através da Linha de Apoio 910 846 589 ou do email apoio@quebrarosilencio.pt.