Muitas vezes perguntam-nos: qual é a aparência de um sobrevivente de violência sexual?
Como se fosse possível identificar, num grupo heterogéneo, um homem que foi vítima de abuso.
Crenças, ideias erradas e estereótipos criaram a ilusão de que conseguimos “ver” quem foi vítima. Que há um perfil. Um certo tipo de homem. Um certo passado. Uma certa fragilidade.
Mas a verdade é esta: os sobreviventes de violência sexual não têm uma aparência específica.
São homens como qualquer outro. Homens que vemos todos os dias, com quem convivemos, trabalhamos, partilhamos mesas e memórias. Homens que gostam de futebol, que tocam guitarra, que fazem voluntariado, que têm filhos, que viajam, que contam piadas, que fazem planos para o fim de semana.
São pais, colegas, amigos, irmãos, maridos, professores, estudantes, artistas, operários, reformados.
A violência que viveram não se vê à superfície. Não se nota na cara ou na roupa — mas manifesta-se, muitas vezes, no silêncio, na culpa, na vergonha e no medo de não serem compreendidos.
É por isso que lançamos hoje a campanha “Qual é a aparência de um sobrevivente de abuso sexual?”
Para quebrar ideias feitas.
Para dar rosto ao silêncio.
Para lembrar que a violência sexual não escolhe idade, profissão ou orientação sexual. E que os homens sobreviventes existem, mesmo que passem despercebidos aos olhos das outras pessoas.
Convidamo-lo a ver o vídeo da campanha e a partilhar para contribuir para uma cultura de escuta, empatia e verdade.
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