Violência sexual implica o exercício de um comportamento sexualizado, com ou sem contacto físico, sobre a vítima, contra a sua vontade e sem o seu consentimento. Importa salientar que, no caso de abuso sexual contra crianças o consentimento não é possível.
Assim, importa referir que existem várias formas de violência sexual e como tal, não há, necessariamente, uma definição que seja consensual. Algumas pessoas podem considerar que só é abuso sexual quando há toque ou contacto físico, menosprezando outras formas com contacto físico; e há mesmo quem considere, erradamente, que a violação é a única expressão de violência sexual.
Por isso é importante referir que existem diversas formas de violência sexual. Há expressões sem toque, outras com recurso a contacto físico, mas todas elas são potencialmente traumáticas. Independentemente da forma ou dos contornos de como aconteceu, uma experiência traumática de abuso sexual pode ter um impacto devastador na vida da vítima. Mesmo quando os homens sobreviventes não reconhecem a experiência traumática como tal, não significa que não vivam diariamente com as suas consequências.
A violência sexual é crime e pode acontecer em qualquer fase da vida dos homens sobreviventes, desde a infância à idade adulta. Pode ser pontual ou continuada no tempo e praticada por um ou diversos abusadores. Qualquer pessoa pode abusar, homens e mulheres (com prevalência para homens abusadores), e ocorre independentemente da orientação quer do abusador, quer da vítima.
Abaixo elencamos algumas formas de violência sexual:
- Violação e atos penetrativos;
- Tocar, acariciar e apalpar;
- Extorsão sexual (financeira ou outras);
- Grooming presencial (processo de manipulação o qual o abusador recorre para seduzir a vítima) ou realizado em ambientes digitais;
- Frotteurismo ( “friccionar”, ”esfregar-se” ou “roçar”);
- Perseguição, stalking e cyberstalking;
- Assédio sexual;
- Exibicionismo e atos de carácter exibicionista;
- Voyeurismo (observação não consentida do corpo ou partes do corpo da vítima);
- Violência sexual baseada em imagens (partilha ou ameaça de partilha não consentida de imagens e outros conteúdos, erradamente conhecido como “pornografia de vingança”);
- Mutilação genital;
- Envio não solicitado de conteúdos sexuais e/ou pornográficos;
- Incesto e incesto emocional;
- Coação a contactos sexualizados com o abusador ou com terceiros;
- Expor crianças a conteúdos sexuais e/ou pornográficos;
- Tráfico e exploração sexual.
Tenha em mente que estas são apenas algumas expressões de violência sexual. Se se identificar com alguma delas ou tiver dúvidas sobre alguma experiência que vivenciou, contacte-nos através da Linha de Apoio 910 846 589 ou do email apoio@quebrarosilencio.pt.
