A violência sexual é um experiência potencialmente traumática. Após a sua vivência, a vítima pode desenvolver sintomatologia de Perturbação de Stress Pós-Traumático (PSPT). A maior parte dos homens sobreviventes que procura apoio na Quebrar o Silêncio apresenta sintomas de PSPT. Significa que o impacto do abuso ainda está presente nas suas vidas e a gerar sofrimento. No final do apoio psicológico, não só é evidente a diminuição significativa destes sintomas, como a maioria dos sobreviventes já não apresenta sintomatologia de PSPT.
A American Psychiatric Association (APA) define trauma como: “um evento ou série de eventos ou circunstâncias que são experienciadas por um indivíduo enquanto perigosas/ameaçadoras física ou emocionalmente e que tem efeitos adversos duradouros no funcionamento e bem estar físico, social, emocional e espiritual”. A violência sexual pode ser uma dessas vivências, por ser uma experiência que perturba a sensação de segurança da pessoa, a sua percepção de controlo e capacidade para se autorregular. Importa referir que o trauma não é o evento que acontece, mas o modo como a pessoa responde ao mesmo e o impacto duradouro que tem e terá na sua vida.
“Hoje não me vejo mais paralisado como antes, entendendo que eu não tive culpa do que aconteceu”
Por se tratar de um apoio especializado focado no trauma, é fundamental que no início do processo de apoio psicológico na Quebrar o Silêncio, avalie o impacto da violência sexual, nomeadamente a existência de sintomas compatíveis com PSPT. A maioria dos homens que inicia este processo, apresenta no momento da procura de ajuda, sintomatologia de PSPT associada ao crime ou crimes de violência sexual vividas. Estes sintomas podem manifestar-se de forma distinta em cada sobrevivente mas, de um modo geral, incluem memórias intrusivas e recorrentes relacionadas com o abuso, flashbacks (sensação de reviver o acontecimento), comportamentos de evitamento, crenças negativas fortes sobre si mesmo e o mundo, sentimentos negativos intensos como culpa, vergonha, medo ou raiva, comportamentos de risco, hipervigilância, entre outros.
“Hoje sinto-me uma pessoa mais segura, confiante, livre e disponível para levar a vida de uma outra forma. As correntes invisíveis, que outrora tinham um peso enorme, ficaram mais leves, tudo graças a este processo.”
Ao longo do processo terapêutico na Quebrar o Silêncio, procura-se promover a diminuição destes sintomas, de modo a minimizar as consequências do abuso e o impacto atual, evitando que continuem a causar sofrimento no presente. No final do apoio, a maioria dos homens sobreviventes não apresenta sintomas de stress pós traumático relacionados com a violência sexual. Nas palavras de alguns sobreviventes, este processo é descrito como: “desafiante e necessário”, “duro mas maravilhoso”, “um procedimento cirúrgico com uma recuperação que leva tempo e esforço, e que exige consistência e determinação, e no fim o resultado é absolutamente fantástico”.
Com a ajuda do apoio especializado na Quebrar o Silêncio, é possível superar o trauma consequente do abuso. Prova disso, são os testemunhos dos próprios sobreviventes:
“Hoje não me vejo mais paralisado como antes, entendendo que eu não tive culpa do que aconteceu”
“Hoje sinto que estou a viver no meu corpo, estou a ouvir os sinais do meu corpo, estou a seguir o meu instinto e a minha intuição porque confio neles, confio em mim, estou seguro.”
“Pude dizer não ao silêncio e apaziguar este peso que ainda sentia. Hoje, mais que nunca, sei que fui amado e que consigo amar”
“Hoje sinto-me uma pessoa mais segura, confiante, livre e disponível para levar a vida de uma outra forma. As correntes invisíveis, que outrora tinham um peso enorme, ficaram mais leves, tudo graças a este processo.”
Se está a ler este texto e tem dúvidas se deve remexer no passado, queremos assegurar-lhe que nunca é tarde para procurar ajuda. Por vezes, pedir apoio é o que basta para começar a retomar o controlo da sua vida.
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